mas pode ser fácil, se a hora do impulso não for a hora do fracasso.
------------- tudo pode ser fácil, pulso ao pulso no mesmo enlaço.
------------------------inclusive o cinismo, que tempera o sarcasmo
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
grito
minha proposta ao tédio: apaixonar.
paixão é o dom de se encantar e desse encanto eu entendo,
por mais que o medo impeça.
meu medo é quando a poesia possa ser questionada,
quando o fio da minha figura possa ser destroçada,
e eu me estrago e eu me nego, de peito aberto, um grito ao fim.
paixão é o dom de se encantar e desse encanto eu entendo,
por mais que o medo impeça.
meu medo é quando a poesia possa ser questionada,
quando o fio da minha figura possa ser destroçada,
e eu me estrago e eu me nego, de peito aberto, um grito ao fim.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
A cor dourada
madimoseli é bela menina.
podia ser ruiva, madimoseli. não é.
podia ser sã. não.
podia escrever palavras com mil acentos, mil lágrimas, mil fins. ainda não.
pode voar, mas, naturalmente, poupa seu fôlego diariamente. nada de voos rasantes,
voar é a arte do distante, voar é ter pra onde fugir.
mas pinga chuva no coração de madimoseli, pra resfriar tal coração tão quente,
que em meio a larva dos ferventes, se lava em água a amolecer.
ela fala em francês, madimoseli. me pergunta a cor do meu sorriso.
antes que eu responda, pergunta-me a cor do carrossel. - DOURADO, eu diria
se não fosse a falta de euforia, alcançar madimoseli.
podia ser ruiva, madimoseli. não é.
podia ser sã. não.
podia escrever palavras com mil acentos, mil lágrimas, mil fins. ainda não.
pode voar, mas, naturalmente, poupa seu fôlego diariamente. nada de voos rasantes,
voar é a arte do distante, voar é ter pra onde fugir.
mas pinga chuva no coração de madimoseli, pra resfriar tal coração tão quente,
que em meio a larva dos ferventes, se lava em água a amolecer.
ela fala em francês, madimoseli. me pergunta a cor do meu sorriso.
antes que eu responda, pergunta-me a cor do carrossel. - DOURADO, eu diria
se não fosse a falta de euforia, alcançar madimoseli.
domingo, 13 de junho de 2010
cigarettes and chocolate milk
um clipe bem fácil,
primeiro teria uma rua asfaltada, pequena, aliás, bem pequena. Rua de um cenário infantil.
seria noite e um poste( também pequeno) iluminaria uma parte da rua, um círculo, como em um
palco de teatro. luz não muito forte.
Depois ela traria, a passos rápidos, uma mesinha de jardim, branquinha e a colocaria bem no centro da rua. Nada de medo de carros.
Pra acompanhar, ela traria uma cadeira, depois uma caneca preta com chocolate branco e se sentaria.
mas, peraí ! Ela esqueceu o cigarro! Ela, então, se levanta, sai e volta com seu cigarro.
uum. cadê o isqueiro ? E lá vem ela, mais uma vez, trazendo o seu isqueiro em forma de arma (vem fantasiada de cowboy). Senta e, ao tentar acender seu cigarro, gotas de chuva caem.
Nada de raiva! Ela põe um guarda-chuva amarelo sobre a mesa. um suspiro de alivio.
Leva o cigarro a boca e o acende. Uma fumaça prateada sobe, fazendo malabarismos e contorcionismos. foco apenas na fumaça. Quando o foco volta pra ela, ela está lendo um livro de capa marrom, cheio de figurinhas, que acabam saindo do livro. que tal um monte de flores de cores bem vivas nascendo ao seu redor, no asfalto. E, do livro, estrelas saem e fingem ser brincos e colar dela. Ela ri com dentes de estrelas. agora um espelho e uma escova saem do livro,
ela está com cabelo estilo anos 60, se olha e se penteia e, enquanto se penteia, a cada vez que ela pisca os olhos, ela muda de roupa e de penteado, até voltar a roupa do início. ela leva o cigarro a boca mais uma vez.
primeiro teria uma rua asfaltada, pequena, aliás, bem pequena. Rua de um cenário infantil.
seria noite e um poste( também pequeno) iluminaria uma parte da rua, um círculo, como em um
palco de teatro. luz não muito forte.
Depois ela traria, a passos rápidos, uma mesinha de jardim, branquinha e a colocaria bem no centro da rua. Nada de medo de carros.
Pra acompanhar, ela traria uma cadeira, depois uma caneca preta com chocolate branco e se sentaria.
mas, peraí ! Ela esqueceu o cigarro! Ela, então, se levanta, sai e volta com seu cigarro.
uum. cadê o isqueiro ? E lá vem ela, mais uma vez, trazendo o seu isqueiro em forma de arma (vem fantasiada de cowboy). Senta e, ao tentar acender seu cigarro, gotas de chuva caem.
Nada de raiva! Ela põe um guarda-chuva amarelo sobre a mesa. um suspiro de alivio.
Leva o cigarro a boca e o acende. Uma fumaça prateada sobe, fazendo malabarismos e contorcionismos. foco apenas na fumaça. Quando o foco volta pra ela, ela está lendo um livro de capa marrom, cheio de figurinhas, que acabam saindo do livro. que tal um monte de flores de cores bem vivas nascendo ao seu redor, no asfalto. E, do livro, estrelas saem e fingem ser brincos e colar dela. Ela ri com dentes de estrelas. agora um espelho e uma escova saem do livro,
ela está com cabelo estilo anos 60, se olha e se penteia e, enquanto se penteia, a cada vez que ela pisca os olhos, ela muda de roupa e de penteado, até voltar a roupa do início. ela leva o cigarro a boca mais uma vez.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
plano de fundo
não é o que mais importa
nem o que menos importa
importar é intransitivo.
me importo em andar na chuva
sem um tostão no bolso
é o prazer de ser sozinho
''eu'' não rima com esforço.
me importo com o mundo
e suas asas: portas tangentes
viajo ao extremo em cima do muro
de um lado cordeiro, de outro serpente
me importo com pessoas
feitas de fogo quando um sorriso
feitas de pó quando preciso.
me importo com cada decepção
uma atrás da outra
uma ensinando a outra
e eu crescendo
e eu notadamente crescendo.
me importo com sorrisos nas faces velhas
a vida não acaba aos cinquenta
mania de morrer de véspera.
dê a mão, o braço, o corpo, a alma
dê mordidas, dê tapas, faça caras
dê o mel, seja amargo, lute, lute
pelo dom de se importar.
nem o que menos importa
importar é intransitivo.
me importo em andar na chuva
sem um tostão no bolso
é o prazer de ser sozinho
''eu'' não rima com esforço.
me importo com o mundo
e suas asas: portas tangentes
viajo ao extremo em cima do muro
de um lado cordeiro, de outro serpente
me importo com pessoas
feitas de fogo quando um sorriso
feitas de pó quando preciso.
me importo com cada decepção
uma atrás da outra
uma ensinando a outra
e eu crescendo
e eu notadamente crescendo.
me importo com sorrisos nas faces velhas
a vida não acaba aos cinquenta
mania de morrer de véspera.
dê a mão, o braço, o corpo, a alma
dê mordidas, dê tapas, faça caras
dê o mel, seja amargo, lute, lute
pelo dom de se importar.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Memórias de uma gaveta empoeirada
É tão gostosa a sensação de quando, sem nem querer, apenas pelo hábito rasgado da vida de pregar peças, você abre aquela velha gaveta atrás de alguma coisa bem banal, como uma tampa mordida de uma caneta velha, ou alguns clips pra grudar uma página que se soltou do seu fichário em um esbarrão que você deu, mais cedo, num cara gordo da parada de ônibus. Vai saber, né ?
E quando você começa a remexer a gaveta, entre papeis e bilhetes antigos, quinquilharias e souvenirs, a cada braçada dada, tantas lembranças são renovadas, como a lembrança do dia em que alguém que você gosta muito te deu um chocolate e você guardou a embalagem, com cuidado, na gaveta. E só de tocar na embalagem, sua boca já se enche de água. Tem vezes que as memórias são mais gostosas do que o verdadeiro fato... fato!
E quando você começa a remexer a gaveta, entre papeis e bilhetes antigos, quinquilharias e souvenirs, a cada braçada dada, tantas lembranças são renovadas, como a lembrança do dia em que alguém que você gosta muito te deu um chocolate e você guardou a embalagem, com cuidado, na gaveta. E só de tocar na embalagem, sua boca já se enche de água. Tem vezes que as memórias são mais gostosas do que o verdadeiro fato... fato!
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