Decidi que ia mudar as formas de enxergar. Parei entres os meus bons e os mandei ir. Fiquei, de longe, olhando-os, imaginando como seriam, se já não fossem. Quais nomes teriam, se já não tivessem. Quem, No final das contas seria o meu, seria eu. Encontrei Alice sentada no azul. Chorava, Alice. Pensei quem seria o Augusto que a machucava. Sabia a resposta, mas estava cansado da verdade. Era gostoso fantasiar. Mandei pra pedro um bilhete perguntando seu nome. Queria no fundo uma resposta diferente, mas não veio resposta alguma. Silêncio. Dos abraços dados, ouvi um riso. Combinava com a loira charmosa, que não era mais tão charmosa desde o momento em que a conheci. Queria desconhecer. Podia, assim, até amá-la. Nesse dia choveu e não dancei.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
dançando na mesma chuva
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
lamento
No fim, sempre lembramos do começo.
Aconteceu, tal José. Chegou abusado, fechado, inalcançável. Era tudo fachada, José. Não deixou o campo esquentar, já amou tal Maria. Quanto amor Maria sentiu. E, de prontidão, te esqueci. Mas é que José não se contenta com calmaria, uma simples canção não faria euforia. Laçou a mão na cintura fina do meu corpo, tal José, sem coração. Amava a mim, como quem amava a um cão. Queria ser meu dono, ordenava e me desconhecia, me prendia na nossa história, só nossa, menos amorosa, menos possível, contudo vivida.
Nas vésperas do meu corpo queimar, não mais contraditório, acendi uma chama. vela de almíscar, pra desvendar o confuso ambiente. A verdade era que Maria ainda existia, mas, pobre coitada, sem graça e problemática do jeito que era, só servia pras banalidades prosaicas, as quais não posso descrever, uma vez que língua de fogo não toca em palha, por motivos óbvios. Maria lançou-se em busca dos motivos da ausência do seu marido, nas noites monótonas do seu canto. Parecia ensandecida de agonia, a falta de euforia, dos suspiros e até dos maus tratos feito por José. Mal amada. Tentou descobrir, mas, por culpa do Zé, nada encontrava. Eu era figura invisível no álbum de fotografias, tinha de tudo, até melancolia. O único jeito de me achar, era o fino cheiro de almíscar que eu deixei no ar, mas, como todo bom cão, os cheiro mais tênues só por mim são sentidos. Ou em mim.
domingo, 5 de agosto de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
A valsa da meia noite
Nada girava em torno de nada. - Mesmice! Gritavam os loucos.
Tudo travou: os carros que não andavam, com suas rodas que não giravam.
os rios não mais corriam, as lágrimas não desciam, o coração não mais batia, as pernas não mais tremiam, o encanto que não mais existia, pouco respeito, pouca energia. E alguns milhões de alguma coisa agradeciam ao mundo-estagnado.
acendam as velas além da noite, além do frio.
domingo, 27 de maio de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
dialogicamente
- Tá errado
-Qual o erro cometido, se só água tomei?
-Errou
-Como?
-Com aquele olhar inebriado, praquele idiota que passou
-Eu não olhei
-Tá vendo? E ainda me nega o que meus olhos viram
-Amor, eu não olhei
-Então você esta me chamando de mentiroso?
-Não, eu não disse que você mentiu, apenas disse que você se quedou enganado
-Olhe nos meus olhos e diga que você não olhou!
-Eu não olhei
-Até onde vai o seu cinismo ?
-Cinismo? A questão aqui não e o meu cinismo, a questão aqui e até onde vai a sua insegurança. Eu te amo, mas se isso não e o bastante pra você, se pra te tornar satisfeito eu tenho que evitar ser inocente, eu acho que...
-Tá vendo, uma pessoa sem culpa não estaria agindo assim, tão na defensiva.
-Me entenda, eu...
-E ainda tenta argumentar, quando não tem razão
-Já chega. Isso tá tomando proporções grandes demais
-Tá com medo do tamanho que os nossos problemas possam alcançar ?
-Não, eu estou com medo de achar que a gente é um erro.
-Então...
-Não me faça ter certeza.