segunda-feira, 25 de outubro de 2010

eu e o destino

Era dia qualquer,
qualquer hora,
qualquer céu nublado.

Eu percorria todas a encruzilhadas, trocava com o asfalto a pressa que sentia pela hora do acaso.
E, na esquina que não dobrei, meu amor lá estava, sorridente, com as mãos vazias, à deriva, em pleno ar, como que se preparasse para um abraço. QUE TOLO! Ele estava só.
Tomei meu caminho, na sombra das árvores peroladas, meu peito, tão leve, sentia a brisa lamber-me a face e palpitava, pedindo fogo ao invés de ar.

Quatro horas da tarde e meu amor está do outro lado da rua, pena que não consigo tirar os olhos
das vitrines, tirar os olhos do chão tropeçante e do céu feito de pipas. Mais uma vez nossos caminhos se cruzam, sem nossos olhos se cruzarem, tem só o perto, sem ao menos o eterno se impor aos mínimos detalhes.

Não sei quando e como, mas enfim percebi, meu amor me seguia para o encontro e despedida, pois, na esquina em que eu me ia, meu bem parou, aliás, foi parado. morreu de bala perdida e, assim, não se fez amor.