segunda-feira, 27 de agosto de 2012

lamento

No fim, sempre lembramos do começo.
Aconteceu, tal José. Chegou abusado, fechado, inalcançável. Era tudo fachada, José. Não deixou o campo esquentar, já amou tal Maria. Quanto amor Maria sentiu. E, de prontidão, te esqueci. Mas é que José não se contenta com calmaria, uma simples canção não faria euforia. Laçou a mão na cintura fina do meu corpo, tal José, sem coração. Amava a mim, como quem amava a um cão. Queria ser meu dono, ordenava e me desconhecia, me prendia na nossa história, só nossa, menos amorosa, menos possível, contudo vivida.

Nas vésperas do meu corpo queimar, não mais contraditório, acendi uma chama. vela de almíscar, pra desvendar o confuso ambiente. A verdade era que Maria ainda existia, mas, pobre coitada, sem graça e problemática do jeito que era, só servia pras banalidades prosaicas, as quais não posso descrever, uma vez que língua de fogo não toca em palha, por motivos óbvios. Maria lançou-se em busca dos motivos da ausência do seu marido, nas noites monótonas do seu canto. Parecia ensandecida de agonia, a falta de euforia, dos suspiros e até dos maus tratos feito por José. Mal amada. Tentou descobrir, mas, por culpa do Zé, nada encontrava. Eu era figura invisível no álbum de fotografias, tinha de tudo, até melancolia. O único jeito de me achar, era o fino cheiro de almíscar que eu deixei no ar, mas, como todo bom cão, os cheiro mais tênues só por mim são sentidos. Ou em mim.

domingo, 5 de agosto de 2012

Cheguei a conclusão que nunca deveria nomear meus personagens. Entendam, por favor. Eles têm alma, jeito, forma, mas não tem nome, ou ao menos não deveriam ter. Sabe, a imagem difusa me atrai, coisa que o Nome destrói. As minhas pecadoras não deveriam se chamar Madalena, nem as santas de Teresa. Nao, nao gosto dos Pedros para homens fortes, nem das Anas, meninas pacatas.

Deixo, a vocês, o batismo.