sexta-feira, 11 de março de 2011

estrelas do céu em teias de aranha

Não pede palavras de consolo aquele que ao silêncio se doa. insensato e profano, o louco que se doa. Louco. E se esquece de olhar pro céu aquele que se prende à vida, como quem vive pra solução diária do que realmente é diário, do profano solitário completamente cabível numa caixa de fósforos, queimados.
Uma leitura do dinamismo do mundo despercebido. Primeiro vêm aqueles soldados, todos no pleno domínio da lavagem moral que escorre dos seus autos, empenhados no bem social paradigmático e positivo e idiota. Se cansando nos artifícios do corpo, mas o corpo cresce às custas do céu. Eis o vazio do poder desses que não olham o céu amarelo.
Bate a escuridão e os normais aparecem de carruagem, saboreando a parte do mundo que vos pertence e, de vagar, escorregam nos delitos da carne que também vos pertence. Escureceu e os normais dominaram as praças, com seus passatempos de morfina. Dirige-se sem o céu, só com a terra e o tempo tangível (aqui, entende-se terra por pedaço de chão! Não há tempo para enxergá-la como o sistema da origem) bebe-se, fuma-se, nasce-se sem o céu.
O grito distante aponta a tristeza pungente no coração do último tipo de gente: eis as bailarinas.
Nas sacadas, vejo a mágica e a luz dissonante ofuscar todos os meus anseios e me alegro; no fundo do baú, entretanto, as bailarinas se escondem. Guardam, na escuridão das tábuas mofadas, seus pés doloridos e deformados, seus joelhos que estalam, seus amores que somem ... e o céu, maldito céu que embaça.

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